Diabetes Gestacional

Diabetes Gestacional

Considera-se como diabetes mellitus gestacional (DMG) a intolerância à carboidratos diagnosticada pela primeira vez durante a gestação. Pode persistir ou não depois do parto e é alteração metabólica mais comum da gestação.

O diagnóstico do DMG, geralmente ocorre no segundo trimestre de gestação, entre 24 e 28 semanas, pois há acentuada redução da sensibilidade à ação da insulina, por conta de hormônios característicos deste período da gestação. O tratamento, à princípio, envolve ajuste na dieta e atividade física.

A terapia nutricional visa manter o aporte energético e de nutrientes adequados para mãe e feto; por isso, não se recomenda a restrição completa de carboidratos e nem dietas de muito baixa caloria , com menos de 1500 calorias por dia. O cálculo de calorias é feito pelo peso ideal da mãe e, no terceiro trimestre, acrescenta-se cerca de 350 a 400 calorias.

A atividade física ajuda na captação de glicose pelos músculos, mantendo as concentrações de açúcar no sangue mais próximas ao normal. O recomendado é atividade aeróbica, como caminhada, ergometrica, natação, 15 a 30 minutos por dia, preferencialmente após a refeição.

A monitorização da glicemia capilar ( ponta-de-dedo) é importante neste período, pois permite identificar falhas no tratamento e ajustes mais rápidos e precoces. Os valores da glicemia são mantidos próximos ao ao normal para evitar crescimento excessivo do feto e prejuízos à gestação; por isso as metas estabelecidas são:

– jejum menor que 95 mg/dL

-1 hora depois da refeição menor que 140 mg/dL ou 2 horas após a refeição menor que 140 mg/dL.

Se mais de 40% dos resultados da glicemia capilar estão acima da metas propostas, significa que dieta e atividade física não estão sendo suficientes para controlar o diabetes, e há necessidade de tratamento com medicamento. A insulina é a medicação mais segura e eficaz para o controle do diabetes durante a gestação, além disso pode ser titulada em doses pequenas, com várias aplicações por dia e ajustes para alvos especifícos ao longo do dia. É importante que o tratamento seja mantido até o final da gestação , inclusive durante o parto, pois valores de glicemia mais altos durante neste período foram relacionados com maior número de episódios de hipoglicemia fetal e maior permanência em UTI.

Geralmente após o parto, o DMG tende a desaparecer, mas o diagnóstico do diabetes deve ser reavaliado dentro de 40 a 60 dias. Por outro lado, as mulheres que tiveram DMG são de maior risco para ter diabetes no futuro; por isso devem ter acompanhamento médico próximo, manter peso adequado e atividade física rotineira.

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